sábado, 5 de novembro de 2011

Velhote*

Os recentes cabelos brancos apenas ratificam minha condição. Tropeço no invisível, o olhar se perde na enorme distância entre a memória e a voz. Ajo como se já tivesse passado tanto tempo, um monte de coisas difíceis de achar no limbo-eu. Os raros rompantes juvenis são apenas lapsos de uma personalidade senil. Pouco se sabe sobre o que resta da impetuosidade da juventude, das máximas "a esperança é a última que morre" ou "enquanto há esperança há vida" quando a própria esperança agoniza. O tempo sobre os fracassos e as perdas é mesmo o melhor remédio? Não sei se Freud concorda com a afirmação. O pessimismo gesta na observância do comportamento humano e, a única forma de se chegar até sua verdadeira forma (e não cair no pseudo-intelectualismo), é viver além Kronos: No Kairós, o tempo subjetivo e infinito. Por estas e outras o tempo me prostra. Eis o veredicto: sou velho desde que nasci!

Um comentário:

Anônimo disse...

Ester Freitas curtiu isso. Rs!